#ParaSempreAlice, #StillAlice ou viva o momento!
E se você começasse a se perder de você mesmo? Não saber mais quem você é, quem são as pessoas (outrora tão íntimas e queridas) que estão ao seu redor? E se você perdesse aquela memória de infância que sempre se recorda quando algo não está tão bem? Bom. “Para Sempre Alice” (Ou “Still Alice”) fala exatamente disso. Antes uma mulher confiante, que sabia muito bem como impor suas opiniões, falar em público, cuidar da família e de si própria, para uma mulher que lembra uma criança que está acabando de nascer. Essa é a Alice.
É meus amigos, “Para Sempre Alice” não é um filme com uma história muito alegre! Porém, um dos trunfos dos realizadores desse filme é justamente terem essa noção de que a história que estão contando já é, por ela mesma, muito trágica. Portanto, nada é exagerado. Desde a câmera acompanhando os atores em suas ações, passando por silêncios necessários no meio dos diálogos, até as músicas, muitas vezes, quase imperceptíveis, tudo é muito natural, muito “vida real”. E é aí que o espectador (eu, pelo menos) é capturado. A protagonista nos é apresentada muito categoricamente, ficamos “íntimos” dela e da sua família logo nos primeiros minutos do filme. Minutos depois vamos sendo modificados como a Alice, nos perdemos no tempo, com indicações de passagens muito sutis, vamos perdendo o foco das coisas, e mais importante, sentindo a dor da protagonista, nos envolvendo com ela.
Como já tinha dito, mesmo sabendo da trágica história que estão contando, os realizadores fizeram de “Para Sempre Alice” um filme otimista, o que acho muito interessante. Achei muitas sequencias interessantes mas duas específicas em especial. A primeira é a do discurso da Alice. Oh boy! Que texto maravilhoso, que atuações! (figuração inclusa!) E, aqui vamos nós, mesmo com uma história tão difícil, Alice consegue ser tão inspiradora. A segunda cena, que também segue essa linha, é a última cena. Alice não consegue nem falar direito mais. Sua filha lê um texto e no fim diz “nem tudo está perdido”. A filha que nem era a mais próxima quando sua mãe estava ótima, a filha que “desistiu” dos seus objetivos para estar ali, com sua mãe, a pessoa que a ensinou tudo! Ou seja, mesmo ela não se lembrando, estando “perdida”, ela ainda está ali, presente, e provavelmente sempre estará. Na sua filha. Nas pessoas que disseram que ela “era uma excelente professora”.
Todo o elenco está muito bem escalado, mas Julianne Moore e Kristen Stewart se destacam. A primeira, uma excelente e madura atriz que dispensa elogios, a segunda uma garota (que quando nova) chamou atenção mas demonstra amadurecimento a cada novo trabalho. Vou conter os elogios a Julianne Moore porque pode beirar o ridículo, mas esse filme é dela. Podemos perceber toda a construção da sua personagem. Da primeira a última cena. Impecável! Maravilhosa! Kristen, como já disse, mostra amadurecimento, principalmente em suas cenas com Julianne Moore. O entrosamento, o olho no olho das duas é tocante.
“Para Sempre Alice” tem uma frase muito marcante, e com ela termino esse texto: “Viva o momento.”.
BÔNUS:
A música que toca nos créditos finais do filme: