#EntreNós e o bom uso dos clichês.
Uma carta é coloca em uma garrafa e arremessada no mar, alguém acha uma carta no meio de coisas velhas com um segredo arrebatador... Essas premissas não são novidades, verdade, e #EntreNós usa um ponto de partida parecido pra contar uma história também sem grandes novidades mas com muita competência, ótima fotografia e excelentes atuações.
Sete amigos estão em uma linda e enorme casa rodeada por montanhas, estão bebendo, fumando, falando de política, planejando escrever livros e no meio de toda essa intensidade jovem decidem escrever cartas para os “eles” do futuro. Guardam em uma caixa e enterram. Em determinado momento um acidente acontece e um dos amigos morre. Dez anos depois, os seis sobreviventes se encontram novamente na mesma casa com a intenção de se reverem e, claro, ler as cartas.
O que aconteceu no intervalo entre esses dois encontros não nos é mostrado mas a diferença entre as personagens em 1992 (início da história) e 2002 (reencontro) é muito bem delineada por uma competente caracterização e pela ótima construção das personagens. Mesmo não tendo novidades, o roteiro evolui de uma forma muito boa e sua previsibilidade é compensada pela ótima direção que soube utilizar tanto o seu excelente elenco como a planificação, que, ora em planos abertos e com câmera na mão (personagens jovens), e, ora com closes super fechados (jantar entre os amigos) conta a história muito bem e faz o espectador se envolver com o filme.
Caio Blat, Maria Ribeiro, Carolina Dieckmann e Martha Nowill merecem destaque por suas cenas. Todo o elenco, aliás, tem um grande entrosamento em cena e são o alicerce pro filme que é todo bem afinado. Desde a ótima locação, a fotografia que soube explorar a ótima locação e os atores e atrizes que, por sua vez, injetam grande carga dramática nas personagens.
#EntreNós é um filme profundo, muito bem realizado e um bom diferencial no cinema brasileiro. Merece COM CERTEZA ser assistido.