#REVENDO: Café, sofá, junk food e todas as temporadas de #GilmoreGirls por favor!
Quando o Netflix (nosso maior crush nos finais de semana e feriados) anunciou no início desse ano que faria uma nova temporada de #GilmoreGirls muitas pessoas quase surtaram. A série é uma das mais queridinhas do início dos anos 2000, marcou a adolescência/vida de muitas pessoas e foi responsável por apresentar o mundo das séries a tantas outras. E a versão dublada que passava no SBT com o maravilhoso título de "Tal Mãe, Tal Filha"? Claro que você já ouviu falar né? Particularmente, nunca fui fã da série, vi algumas reprises no Warner Channel a tarde e alguns inéditos (quando ainda eram inéditos) a noite e achava uma série legal, engraçadinha, fofa e que me dava vontade de ver no frio comendo alguma coisa mas parava por aí. Não estava na minha lista de séries da época. Com o anúncio da temporada especial, todos os 153 episódios divididos nas sete temporadas originais ficaram disponíveis e eis que minha oportunidade de ver a série todinha, na ordem e em HD surgiu. Surra de maratona!
#GilmoreGirls estreou em 2000 e diferentemente de hoje em dia, onde temos várias séries cheias de pirotecnias, era uma série "pequena", onde o forte estava no roteiro, nas atuações, nas relações entre as personagens e principalmente nos diálogos. Que diálogos! Super rápidos, inteligentes, sagazes, engraçados e cheio de referências, as falas das #GilmoreGirls eram um divertimento a parte, principalmente nas primeiras temporadas. Costumam colocar a série na prateleira de “drama”, o que não deixa de ser verdade pois os conflitos das personagens se sobressaem, porém, a série nunca se fez dramática. Tanto o drama quanto a comédia eram bem sutis e equilibrados. Lembra que eu falei que quando via a série ocasionalmente tinha vontade de vê-la no frio comendo alguma coisa? Pois é, #GilmoreGirls é isso: um aconchego, uma sopinha numa noite fria, um café quente ou um jantar na casa da sua família numa sexta-feira a noite.
Vendo (ou revendo) os episódios da série é notável a evolução na qualidade técnica dos episódios. Do final da 3ª para o início da 4ª temporada, por exemplo, temos um pequeno choque com tamanha melhora na imagem, é nítido o uso de câmeras e lentes mais potentes. Mesma coisa acontece quando pulamos da 6ª para a 7ª temporada onde a fotografia fica mais chapada (sem nuances de luz), o que fez com que o tom “acolhedor” da série fosse levemente perdido (infelizmente). Também é possível notar alguns erros de continuidade, seja nos roteiros (que vou falar melhor logo mais) ou nos cenários que vão mudando ao longo das primeiras temporadas sem explicação (provavelmente por questões orçamentárias ou de locação). Exemplos: a lanchonete do Luke do episódio piloto e até meados da 1ª temporada é completamente diferente do restante da série, assim como a mansão dos pais de Lorelai que com o decorrer dos primeiros episódios foi ganhando mais espaço e mais luxo.
Rever uma série em que na sua época de produção celulares e redes sociais (principalmente nas primeiras temporadas) não faziam parte do dia a dia das pessoas é no mínimo interessante. Lá na 1ª temporada Lorelai e Rory eram usuárias assíduas do pager (WTF!). Os celulares das personagens foram surgir lá pela 3ª/4ª temporada. Rory adorava ler, mas teria ela tantos livros físicos hoje em dia? (Tudo bem que ela gostava até do cheiro, mas VAI SABER...) E quantas tramas teriam outro desenvolvimento se os celulares estivessem ali a disposição? Lembra quando Rory mandou um page (É assim que se fala? Confesso, nunca usei um pager!) pro Dean e ele demorou pra ver e o Jess acabou aparecendo antes pra ajuda-lá quando a água do vizinho que não queria desligar? Pois é.
Nas últimas temporadas a questão "tecnologia" já fazia parte do nosso cotidiano (a série acabou em 2007) e na 7ª temporada o Logan até cita a venda do You Tube e a provável venda do Facebook mas, mesmo assim, o principal meio de comunicação eletrônico entre as personagens era o telefone, no máximo SMS. Lembram de Rory e Logan trocando SMSs assanhadinhas? Rory seria do tipo que manda nudes? E Lorelai? Ia preferir o Facebook ou o Twitter? Como seria o mundo das #GilmoreGirls, um mundo do tête-à-tête onde a lanchonete mais bombada da cidade tem uma placa enorme de “proibido celulares”, um mundo cheio de “vamos ali tomar um café”/“vou num evento na praça principal da cidade” hoje em dia, onde as coisas tendem a ser bem menos olho no olho e mais olho na tela? Talvez a temporada especial nos mostre isso e acho que pode ser bem interessante.
O que COM CERTEZA vai ser interessante de ver é quase todo o elenco de volta. Elenco muito bem escalado e que contribuiu muito com a série nas suas sete temporadas originais. Alexis Bledel, talvez “O” exemplo de crescimento como atriz em #GilmoreGirls, começou na série com 18 anos e quase nenhuma experiência anterior, tinha a dicção não muito clara e era claramente limitada em suas expressões. Com o passar dos anos foi ficando mais confortável na pele de Rory e se permitindo mais, mesmo escorregando nas cenas onde a comédia era solicitada da sua personagem, área que realmente não era a dela. E a Lorelai? É praticamente impossível imaginá-la sendo interpretada por outra atriz que não seja a Lauren Graham não é verdade? Seu grande mérito era conseguir ir da ironia pro drama, do drama pra comédia, da comédia pro romance com muita naturalidade e com total propriedade do texto. Em entrevistas ela disse que já falava rápido daquela maneira na sua vida pessoal e talvez essa tenha sido a grande sacada dos criadores quando a escolheram para o papel: Lauren e Lorelai talvez sejam praticamente a mesma pessoa, juntas, elas são a alma e a espinha dorsal de #GilmoreGirls. Graham concorreu ao Globo de Ouro e ao SAG por esse papel.
Scott Patterson (Luke), Keiko Agena (Lane), Liza Weil (Paris), Kelly Bishop (Emily), Edward Herrmann (Richard) e Melissa McCarthy (Sookie) completam a lista de atores que se destacaram bastante durante as sete temporadas originais da série. Mas nem só de protagonistas e coadjuvantes se faz um seriado e #GilmoreGirls é a prova disso! O que seria da série sem Michel (Yanic Truesdale), Kirk (Sean Gunn). Christopher (David Sutcliffe), Jackson (Jackson Douglas), Mrs. Kim (Emily Kuroda), Taylor (Michael Winter), Miss Paty (Liz Torres), Babette (Sally Struthers) e Gipsy (Rose Abdoo)? Simplesmente ótimos! Aqui um vídeo que creio ter sido retirado do box de DVDs da 1ª temporada com a criadora Amy Sherman-Palladino falando um pouco sobre a criação da série e a escolha do elenco principal (em Inglês):
Falei ali em cima que #GilmoreGirls era uma série “pequena”, sem pirotecnias e focada nas personagens correto? Pois bem. A grande personagem da série não é Lorelai e nem Rory, é Stars Hollow, a cidade onde toda a série se passa. Sabe aquela cidadezinha simpática que vemos em filmes/séries e que quase dá vontade de morar nela? Todo mundo se conhece, todo mundo dá pitaco na vida de todo mundo, tem a coroa fofoqueira, o prefeito abusado, a vizinha folgada, o maluco e por aí vai... É nessa cidade que vivem Lorelai e Rory, mãe e filha. Lorelai, na maioria das vezes a mãe, é bonitona, independente, engraçada e inteligente. Rory, muitas das vezes a filha, é uma espécie de versão um pouco mais contida da mãe. As duas são extremamente ligadas e muito amigas, uma relação muito bonita de se ver. Rory sonha em ir estudar em Harvard e pra isso se inscreve em Chilton, um colégio particular mega/ultra/power/blaster/fodástico e é aceita. Como não tem dinheiro pra pagar os estudos da filha, Lorelai resolve pedir ajuda pros pais que são montados na grana, a questão é que desde que ficou grávida na adolescência, Lorelai saiu de casa e seu contato com os pais é muito perto de zero. Depois de aceitarem ajudar, os pais de Lorelai (principalmente a mãe) impõem uma condição: Lorelai e Rory devem jantar com eles toda sexta-feira a noite.
Pronto! O circo estava montado! Assim é dado o start inicial de #GilmoreGirls. Daqui pra frente vamos acompanhando a vida dessas duas personagens. Enquanto Lorelai tenta se reconectar com os pais e principalmente com a mãe, trabalha e tenta ter uma vida amorosa, Rory segue sua vida de adolescente com novas descobertas, namorados e questões estudantis/profissionais. Tudo isso com muitas fatias de tortas, donuts, pizzas, hambúrgueres, pipoca, alguns eventos no coreto da cidade pra comparecer e muitas, muitas xícaras de café. O grande barato de #GilmoreGirls é que (agora pode por pra tocar aquelas músicas "la la la" da série) as personagens enfrentam os seus problemas sempre de bom humor, com tranquilidade e tentando focar sempre no lado bom da situação. Um série que definitivamente merece sua atenção.
Pra finalizar esse pequenino post vou falar um pouco de cada temporada separadamente + um recap que a Netflix preparou:
1ª temporada (2000 - 2001)
A primeira temporada foi focada na ida da Rory pra escola particular Chilton e tudo o que isso mudou no cotidiano dela e da Lorelai. Foi lá que Rory conheceu Paris (a primeira vista uma mean girl involuntariamente engraçada) e foi lá também onde Lorelai conheceu Max, um dos seus interesses amorosos e futuro noivo. A cumplicidade entre Lorelai e Rory, a química entre Lauren Graham e Alexis Bledel, a aconchegante Stars Hollow e seus moradores peculiares também se destacaram.
2ª temporada (2001 - 2002)
Essa temporada ficou marcada pela chegada do Jess, sobrinho revoltadinho do Luke. O relacionamento da Lorelai com a Rory começa a se modificar. Se por um lado Rory demonstra ter uma queda pelo errado e começa a quebrar um pouco a imagem de “santinha” que tínhamos dela, Lorelai, por outro, começa a se mostrar mais insegura, principalmente em como lidar com a filha em momentos mais delicados.
3ª temporada (2002 - 2003)
4ª temporada (2003 - 2004)
5ª temporada (2004 - 2005)
6ª temporada (2005 - 2006)
7ª temporada (2006 - 2007)
Agora é só aguardar a temporada especial estrear no Netflix!