O maior problema de #AMaldiçãoDaMansãoBly talvez seja a nossa expectativa
#AMaldiçãoDaResidênciaHill foi uma excelente surpresa no final de 2018 e fomos apresentados a uma história bem redonda com os dramas dos seus personagens explorados numa embalagem muito bem trabalhada de suspense e pitadas de terror. Pairou a dúvida: era só uma minissérie? Vai ter continuação? A Netflix, muito acertadamente, vale ressaltar, então anunciou que seria uma série antológica e que teria sim uma 2ª temporada. Pronto. O fardo do que viesse a seguir começava ali. Independente do que fosse apresentado na segunda leva de episódios, seria comparado exaustivamente e colocado como pior ou melhor do que essa primeira leva que foi amor a primeira vista. Uma boa e uma má notícia para os românticos de plantão: a boa é que sim, como no que foi apresentado antes, temos uma temporada muito boa e podemos nos apaixonar novamente. A má é que para se apaixonar novamente você vai precisar desapegar do que já passou, das suas expectativas, guardar na memória como uma ótima lembrança e se abrir pro novo, porque sim, é uma coisa completamente nova, pode demorar pra você se adaptar mas no fim vai precisar admitir que é boa assim como a primeira foi.
Ainda apegada ou apegado? Tá na hora de se libertar e aqui vão 3 elementos básicos que tivemos na primeira temporada e que se repetem na segunda. Quem sabe assim você abre seu coraçãozinho pra essa diferente mas igualmente interessante maldição, #AMaldiçãoDaMansãoBly.
FISCALIZAÇÃO? SPOILERS LIBERADOS A PARTIR DAQUI!
HISTÓRIA REDONDA
Assim como a história da família Craine e seus fantasmas, #AMaldiçãoDaMansãoBly nos apresenta uma história bem interessante e que não deixa pontas soltas, tudo bem que aqui o texto tende a ser didático e lento, mas depois que entendemos a proposta dessa temporada ela nos pega e queremos ir até o fim. Diferente da primeira, essa foca quase que exclusivamente no drama dos personagens, o terror está lá porque são histórias trágicas, mas por meio de diálogos compridos, tudo vira quase que uma terapia dos fantasmas e uma coisa é certa: os episódios poderiam ser um pouco menores. Talvez o trabalho dos roteiristas nessa temporada seja ainda mais interessante. Se na primeira temporada tínhamos uma família que estava sempre junta e dividiam uma trajetória, aqui temos vários personagens distintos, cada um em um caminho, que em determinado ponto se cruzam, mas tudo é muito bem amarrado. Se no início sentimos dificuldade para acompanhar, no final ficamos "WOW" pela história ser tão bem contada, sem deslizes e num vai e vem no tempo insano. É realmente um ótimo trabalhado de construção de personagens.
ELENCO BEM ESCOLHIDO
Impossível esquecer o elenco da primeira temporada e seus equivalentes em versão criança. Um dos grandes destaques daquele ano foram as atuações do elenco mirim. Nessa segunda temporada, em menor escala, também encontramos isso. Flora e Miles ou, Amelie Bea Smith e Benjamin Evan Ainsworth, são dois talentosíssimos atores que surpreendem muito! Com certeza vão fazer muitas coisas daqui pra frente. T'Nia Miller (Hannah) rouba a cena e é impossível não prestar atenção quando ela aparece na tela. Victoria Pedretti (Dani) e Oliver Jackson-Cohen (Peter) voltam em personagens bem diferentes do primeiro ano e novamente cumprem seu papel. Quem também volta mas com cenas que lhe dão oportunidade de mostrar um pouco mais da sua versatilidade é Henry Thomas (Henry) e ele se sai muito bem. Destaque também para Kate Siegal (Viola), também conhecida da primeira temporada, Rahul Kohli (Owen) e Tahirah Sharif (Rebeca). Talvez seja gosto pessoal mas acredito ter sido um erro de escalação a Amelia Eve para a jovem Jamie. Ela se esforça demais e cai no caricato em diversos momentos. Essa Jamie, da Jamie da Carla Gurgino (mais velha, a narradora) parecem duas pessoas diferentes e a segunda com certeza agrada mais.
EMBALAGEM BELÍSSIMA
Essa temporada a excelente qualidade da produção se repete. Começando pela bela fotografia, com sua câmera que "navegava" livremente pela mansão, passando pelos figurinos que perpassa épocas completamente diferentes e claro, a caracterização. Destaque para a marca "anos 80" impressa nas roupas, cabelo e maquiagem de Dani e que claramente mostravam que ela era uma garota da cidade, imediatamente a diferenciando dos funcionários da mansão, com ares mais "atemporais". De uma forma geral é importante destacar o episódio 8. Fotografia em preto e branco, um salto no tempo, rompimento do que já tinha sido apresentado até agora, na reta final, mas extremamente bem realizado e necessário. A cena quando a mansão vira um abrigo de portadores da peste é de tirar o chapéu.
Aqui, o trailer da série e a mesma está completa lá no Netflix