Kate Winslet foi o trunfo de #MareOfEasttown que poderia ser um filme de duas horas
Para falar de #MareOfEasttown precisamos lembrar de #TheUndoing que rolou no ano passado, também na HBO, e que também escrevi sobre aqui no blog. Sucesso arrebatador e inesperado, #TheUndoing bateu recordes e (Claro!) a emissora investiu no formato. Com bases bastantes similares: história com crime, leve suspense e grandes nomes do cinema nos papéis principais, as duas minisséries acertam e erram nos mesmos pontos. Os episódios são muito bem dirigidos, se sustentam por si só, tem produção caprichada, elenco potente mas quando paramos e analisamos o geral, vemos o quanto de encheção de linguiça tem nos roteiros para manter um produto por semanas no ar visando, obviamente, lucros. Não me entenda errado! Adorei acompanhar tanto #TheUndoing no ano passado quanto #MareOfEasttown esse ano. Com a pandemia e a loucura que estamos vivendo, ter uma coisa bem feita e inédita pra assistir e relaxar um pouco é um privilégio e um alívio. Entretanto e principalmente em #MareOfEasttown a sensação de "precisava mesmo disso tudo?" não deixou de ficar no final.
** PEQUENOS SPOILERS A PARTIR DAQUI **
Já no primeiro episódio uma dúzia de histórias são apresentadas, Além da protagonista Mare e sua família, temos também seu ex-marido, a melhor amiga, a família do marido da melhor amiga, núcleo adolescente, vizinhos, núcleo da delegacia... olha! Pra decorar o nome de tanta gente foi difícil. O pior episódio talvez seja justamente o primeiro por ser tão expositivo e explicativo, porém, nada que um bom gancho no final não nos segure para querer ver os próximos episódios não é mesmo? Pois bem. No segundo episódio, quando a história realmente anda, é quando embarcamos de verdade nessa ótima cilada. Tive muito a sensação de estar assistindo a uma novela quando davam tanto espaço para as tramas paralelas. Foi assim com a Dawn, (rolou uma pequena cola no Google porque até agora fico levemente confuso com os nomes dos personagens) que está com a filha desaparecida há mais de um ano e recebe uma ligação anônima, super estranha e no estilo "o golpe tá aí cai quem quer", cobrando o resgate da filha e a mesma vai ao encontro da pessoa que entrou em contato sem avisar a ninguém. Tanto isso quanto o que ocorre depois, o fato que ela não conta pra sua amiga que foi o seu irmão que tentou extorquir-la para poupá-la, É MUITO NOVELESCO 🤣🤣🤣. E o plot do padre? O núcleo adolescente? A Mare dando uma mancada tão boba como pegar droga na delegacia que trabalha e colocar nas coisas da mãe do seu neto? Muita enrolação que ok, tudo bem, até dá para "voar" com elas mas na verdade o que queríamos mesmo era estar acompanhando um pouco mais da Mare desvendando os crimes ou na terapia tentando lidar com seus problemas, com a mãe ou com a filha. O episódio final até que conseguiu surpreender um pouco com a revelação do assassino mas também teve casamento, despedidas, personagem coadjuvantes que tiveram suas histórias finalizadas de qualquer jeito, aquelas coisas clássicas de fim de nove... ops! Minissérie! Daqui há um ano quando lembrarmos de #MareOfEasttown vamos lembrar da Mare e dos crimes que precisava resolver e não do pai do tio da vítima que não queria, depois de aposentado, voltar a morar com os dois filhos na mesma casa. Entenderam?
O ELENCO E O FATOR KATE WINSLET
Kate Winslet dispensa comentários e #MareOfEasttown foi mais um trabalho onde ela pôde mostrar sua imensa presença de cena e talento. Quando não estava na tela queríamos saber dela, quando estava, era impossível desgrudar os olhos dela. A composição que fez da personagem, uma mulher que acabou de passar por um momento dificílimo e se afunda no trabalho é perfeita e ao mesmo tempo zero original. O que posso dizer? Além de muito talento e carisma ela tem starquality e isso não dá pra descrever ou desenvolver. Ou você tem, ou você não têm. Destaco a cena quando, na terapia, ela finalmente consegue falar sobre o suicídio do filho e a dinâmica que tinha com sua mãe era divertidíssima e queria ver um pouco mais disso. Toda sua performance no último episódio foi arrasadora com ótimas cenas. Kate também é responsável por embarcarmos na quantidade de histórias paralelas porque sabíamos que em algum momento ela iria surgir com sua trama principal e aí sim a coisa ia ficar boa. A atriz é realmente UM ACONTECIMENTO.
Destaque também para a ótima Jean Smart (lembro muito dela em #24Horas) por sua performance com doses exatas de comicidade como a mãe de Mare. Para a Cailee Spaeny que mesmo com pouco tempo de tela nos cativou o bastante para ficarmos querendo saber porque a Erin foi assassinada. Para o James McArdle que é um ótimo ator e mesmo fazendo o padre em um plot apenas para distrair o espectador tinha muita presença em cena. Para a Angourie Rice que teve ótimos momentos com a Kate Winslet fazendo sua mãe. Para a Julianne Nicholson que fez a Lori e brilhou no último episódio e, por fim, claro, Evan Peters. Confesso que achei até estranho vê-lo num papel tão "quadrado", mas o cara é muito bom e a sua dobradinha com a Kate Winslet foi idéia de gênio!
Qual será o novelão/minissérie que a HBO está preparando para o ano que vem?